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A voz do Náutico no jogo contra o Flamengo, de Arcoverde, neste sábado (16), pelo Campeonato Pernambucano, será feminina. Pela segunda vez, a turismóloga Marcela Couto levará informações da partida e do clube ao torcedor. Mais uma oportunidade para ela mostrar seu amor pelo clube, relação que, inclusive, começou de uma maneira bem diferente das tradicionais influências familiares e terminou levando-a não só a torcer, mas defender as cores vermelha e branca como atleta de hóquei, modalidade em que conquistou duas vezes o Campeonato Brasileiro: 2010 e 2012.

A primeira empreitada como narradora aconteceu há quase quatro anos, numa homenagem pelo Dia Internacional da Mulher. Ela ainda hesitou, mas viu ali uma forma de homenagear o pai. “Quando me convidaram pensei em não aceitar porque achei que não iria dar conta (imaginei meu pai me vendo e achando terrível). Mas aceitei até para poder homenageá-lo e foi muito emocionante. Foi algo que nunca passou pela minha cabeça, mas achei muito massa!”.

Marcela é filha do saudoso narrador Adilson Couto, falecido em maio de 2009. E, por isso, futebol sempre foi assunto em casa, mas nunca com preferências. Inclusive ela nem era tão chegada assim, mas virou Náutico no meio de um debate entre amigos.

“Meu pai vivia chamando pra jogo e eu não ia. E eu não tinha time. Daí dois colegas estavam discutindo futebol. Se quem era melhor era o Santa ou o Sport. Eu queria me meter na conversa mas não entendia nada de futebol. Foi quando outro amigo chegou e eu perguntei qual dos dois era melhor. E ele me disse que o melhor era o Náutico, aí passei a dizer que era Náutico.”

Mesmo já torcedora não ia a campo, mas o destino deu mãozinha. Ou melhor, uma camisa. Um vizinho, jogador da base alvirrubra, cujo nome ela não lembra, deu-lhe o uniforme de presente. “Um jogador do Náutico morou no meu prédio e quando meu pai disse que eu era Náutico, ele me deu uma camisa e eu pedi pra me levar para o jogo. E óbvio, me apaixonei e nunca mais deixei de ir”.