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Notícias

Espingardinha, um ícone alvirrubro

Comunicação CNC - 22/02/2016 às 10:08

Na certidão de nascimento ele foi registrado como Ivanildo Souto da Cunha. Na história do futebol ficará imortalizado como Espingardinha. Natural de Garanhuns, uma das maiores referências dos alvirrubros faleceu neste domingo (21), aos 90 anos de idade.

Espingardinha, junto com o zagueiro Lula, disputou todos os jogos da conquista do tricampeonato de 1950-51-52. De qualidade técnica indiscutível, o jogador, que ainda tinha a raça como umas das principais características, também era um líder dentro de campo, onde desempenhou a função de capitão do time do Náutico por muito tempo. Além disso, nos Aflitos, atuou como treinador em algumas situações. Fora das quatro linhas, continuou colaborando com o Clube Náutico Capibaribe, desta vez, como diretor.

Apaixonado pelas cores vermelha e branca, Espingardinha nunca aceitou assinar contrato como profissional, tendo inclusive, recusado vários convites para jogar profissionalmente em outros estados.

Vestido a camisa alvirrubra, Espingardinha conseguia equilibrar a vontade de vencer com a lealdade. A prova disso é que foi agraciado pela Confederação Brasileira de Futebol como o Prêmio Belfort Duarte, concedido ao seleto aos jogadores que passam 200 jogos ou 10 anos sem serem expulsos.

Longe do mundo da bola, Ivanildo foi um conceituado executivo do Grupo Financeiro Banorte. Casado com Mabel Ventura Souto da Cunha,teve quatro filhos: Ivanildo, Ivana, Ivan e Ivo Sérgio.

A seguir, trechos de uma longa entrevista concedida aos jornalistas Lenivaldo Aragão e Sílvio Oliveira, que já nos deixou há bastante tempo, para o JORNAL DO COMÉRCIO, em 1987:

INGRESSO NO NÁUTICO

“Cheguei no Náutico a 29 de setembro de 1945, à noite. Em Garanhuns eu era torcedor do Santa Cruz. Chegaram lá Arthur Carvalheira, José Luiz de Souza – Zé Luiz Cara de Gato – e Iran Inojosa. Eu trabalhava em Souza Irmãos S/A, uma firma sediada em Caruaru. Como tinha uma namorada no Recife, resolvi aproveitar o convite deles para vir para o Náutico, pensando mais em dar o passeio. Chego no Náutico, encontro alguns companheiros do Colégio Diocesano de Garanhuns, que me pediram para ficar, como Fernando Rego Barros, que jogava no quadro de aspirantes. Dr. Neto Campelo Júnior era o presidente do Náutico, e depois de eu ter treinado, me levaram à sua presença, na Cooperativa dos Banguezeiros (órgão ligado à agricultura canavieira), no Edifício Sulacap. Enquanto eu passava uma semana no Náutico, aproveitei uma coleção que havia na biblioteca do clube e passei a ler as obras de Machado de Assis. Quando fui levado à presença do Dr. Neto Campelo, uma figura extraordinária, que mais tarde seria ministro de Getúlio Vargas, fui lendo um livro no bonde. Eu já tinha o diploma de Ciências Contábeis, ganhava 1.300 cruzeiros por mês, um bom salário, e disse ao Dr. Neto Campelo: ‘Não sou, necessariamente, jogador de futebol, pois tenho minha profissão e pretendo vir para o Recife.’ Amigos meus de colégio, como Rubens Costa (futuro superintendente da Sudene, presidente do Banco do Nordeste e do Banco Nacional da Habitação-BNH) e Waldimir Maia Leite (jornalista) já tinham vindo para o Recife e eu me mostrei interessado também. Disse a Dr. Neto Campelo que não assinaria contrato de profissional de futebol por considerar tal contrato um documento extravagante. Pedi que ele me assegurasse um emprego de 1.300 cruzeiros e não precisava me pagar para jogar. Ele até me disse que, como o futebol é pago, eu deveria participar, pois na sua opinião, até o presidente do clube teria que ser pago. Ficou acertado que eu jogaria no Náutico. Só 13 anos depois – eu joguei 11 anos no Náutico – Dr. Gonçalo de Melo, um dirigente do América, muito amigo de Dr. Neto Campelo disse-me que ‘Netinho’, como ele o chamava, após minha saída do escritório, comentara: ‘Esse cara pode nem jogar futebol, mas você já viu um profissional de futebol ler Machado de Assis?’”

ASSÉDIO

“Fui convidado por tudo o que era clube, Fluminense, Flamengo, o diabo, para ir jogar futebol lá fora, mas nunca deixei o meu clube, pois se trata de uma filosofia de trabalho minha até hoje. Acho que a gente, estando satisfeito não há por que mudar por mais cruzeiros. Eu tinha atividade, minha profissão, e joguei no meu clube, onde fui muito feliz e tenho meus amigos. Sou emérito do clube, fui campeão e aprendi talvez mais jogando futebol do que estudando.”

FALTA DE ELITES

“A gente jogava futebol com o coração. Quantas vezes acabava um jogo em que a gente havia perdido – e a gente não perdia fácil – e alguns jogadores ficavam na vestiária chorando, desencantados, decepcionados, mesmo companheiros da boemia, que tinham brios. Não estou dizendo que hoje esse fato não exista. A minha opinião pessoal é que o esportista não é responsável pelos fenômenos negativos do futebol. O futebol brasileiro tem perdido muito, principalmente do ponto de vista de direção. Eu, no programa O Grande Júri, da TV Universitária, no fim da década de 60, respondendo a uma pergunta sobre se o futebol brasileiro havia alcançado sua maturidade, disse que não por falta de elites dirigentes. Quando eu uso essa figura de elite, falo em competência, seriedade e dignidade. Elite, para mim, não é o cara com dinheiro no bolso, mas sim, competência...Naquele tempo, antes do tricampeonato (mundial), eu dizia que nosso futebol não havia atingido sua maturidade por falta de elites dirigentes. Aliás, não é só no futebol. Este País está precisando de elites dirigentes em várias áreas.”

ESPINGARDINHA

“Nós éramos ligados e muito unidos. Célio Araraquara botou-me o apelido de Espingardinha porque eu era muito magro (64 quilos) e comprido. No começo aquele apelido soava muito mal para mim porque eu trouxera de Garanhuns o apelido de Nido, a quem Hélio Pinto (jornalista esportivo), num jogo do Farroupilha (antigo time suburbano do Recife) em Garanhuns, havia feito referência. Hélio foi um que começou a publicar no Diario (de Pernambuco) o nome Espingardinha.

INTRIGA COM GUABERINHA

“Eu tenho uma experiência de adversário só com Guaberinha. Ele era muito sabido e eu um despreparado. Lembro-me do primeiro jogo meu no Náutico, no dia 7 de abril de 46, um empate de 2 x 2 com o Santa Cruz, no aniversário do clube. Guabera chegou-se a mim e xingou minha mãe. No mato, até hoje isso é meio perigoso. Eu queria agarrá-lo, mas Célio Araraquara e Gilberto interferiram, dizendo que se eu o agredisse seria expulso na hora por Sherlock, e o Náutico seria prejudicado. Eles até me chamaram de matuto, ignorante e burro. Aí eu aprendi a lição e terminei com o diploma do Belfort Duarte. Guabera era um craque, mas era malvado. Ele deixava você botar o pé de apoio no chão, tocava no joelho e você se arrebentava. Passamos cinco anos, de 46 a 51, intrigados. Depois fizemos as pazes e eu quero muito bem a ele.”

O HERÓI TOMIRES

“Em 51, Tomires sofreu um acidente e fraturou a clavícula. Vinte e poucos dias depois entrava em campo para defender o América contra o Náutico, ele como centromédio e eu como ponta-de-lança do Náutico. Sempre usei o corpo e espalhou-se pela cidade após o jogo, que naquele dia eu tinha passado a partida tentando magoar seu braço, o que não era verdade. Ao contrário, eu que me dava muito com ele, pois jogávamos juntos na seleção pernambucana. Ainda estranhei, perguntando como é que ele ia jogar uma partida daquela, se vinha de uma fratura de clavícula, pois com qualquer toque poderia haver uma nova lesão e ele teria que ser operado novamente. Tomires me respondeu textualmente: ‘Os homens mandaram.’ Passei o jogo todo sem tocar nele. Na segunda-feira, então, espalhou-se o boato de que eu passara a partida procurando puxar seu braço. Sorte minha, Abel Ventura (dirigente do Náutico) e Otávio Dias (dirigente do América) estavam no Rosa de Ouro, um café existente no oitão da Sloper, quando Tomires passou. Foi interpelado por Abel e disse que não tinha havido nada daquilo que estavam propalando. Na terça-feira, o Diário da Noite publicava numa matéria de Luiz Garcez (jornalista esportivo) uma declaração de Tomires dizendo que eu tentara magoá-lo durante o jogo. Isso é uma atitude desleal e anticavalheiresca eu posso assegurar que eu fui tanto cavalheiro, como desportista. No Rio de Janeiro, já na seleção pernambucana, ele teve uma conversa comigo dizendo que tinha havido um mal entendido. Mas, no jogo seguinte, nós tivemos um grande atrito. Prensei uma bola com ele, ele estourou o pé direito. Um vaso do pé passou a sangrar, soltando um esguicho de meio metro de altura. Tomires saiu, amarrou, no fim do primeiro tempo, voltou e jogou o segundo tempo todinho. Não é um herói?”

O RESISTENTE ELY

“Foi no ano de 55. Num jogo decisivo entre Náutico e Sport, Ely estourou a cabeça, levando de seis a oito pontos. Ivson estava machucado e eu joguei de centroavante. Confesso, sinceramente, que naquele jogo, como Ely estava com a cabeça enfaixada, e a gente na guerra vê quem é guerreiro e quem é perdedor, recomendei ao meu pessoal pra jogar bola alta na área. Lá para as tantas o pano caiu e o sangue começou a correr em cima dele e em cima de mim. Eu pressenti que o cara era guerreiro e, de um certo modo, preocupou-me aquele buracão na sua cabeça, sangrando. Bastaria um coágulo ali para haver perigo grave. Então, sugeri: ‘Ely, vamos fazer um negócio, você tem que sair pra amarrar essa cabeça.’ Ele disse que não saía e eu prometi que sairia com ele, também, ficando fora de campo, enquanto ele amarrasse a cabeça. Nem isso ele aceitou. No fim do jogo saiu todo ensanguentado, com um olho quase tamponado, e quem se recordar da história do dia em que o Sport sagrou-se campeão de 1955, vai se lembrar que eu o levei nos braços, todo ensanguentado até a boca do túnel. E isso não foi nenhum gesto de grandeza de minha parte, mas apenas uma atitude responsável.”

A GRANDE FASE

“A fase mais bonita do meu tempo foi a do tricampeonato (1950-51-52). Por acaso, eu e Lula somos tricampeões sem faltar a um jogo. Outra fase para mim também significativa foi no fim de 54, quando nós fomos campeões e eu também dirigi o time. É que Palmeira teve uma divergência com um atleta e foi dispensado, ele que tinha sido tricampeão conosco. Nós não tínhamos ido bem no primeiro turno, pois o Sport havia sido campeão, e nossa situação também não era boa no segundo. Em outubro, com a saída de Palmeira, e como achassem que o campeonato estava quase definido, com o Náutico pertinho da lanterna, os dirigentes resolveram entregar-me o comando da equipe. Eu conhecia o meu grupo e fiz uma série de recomendações numa reunião, num sábado, na concentração de Beberibe. Admiti que na hora da brincadeira valia tudo, pois no futebol, todos sabem, há intimidades as mais variadas, porém, na hora das decisões, eu funcionaria como dirigente. E nós terminamos, no mês de janeiro, campeões.”

PALMEIRA

“Era um homem muito generoso, de coração, mas numa linguagem futebolística, era esporrento. Cuidava do grupo com muito carinho, era muito solidário com seus jogadores e era capaz de brigar, matar, sei lá, defendendo o grupo dele. Palmeira era um profissional muito dedicado ao seu grupo. Sabia conviver com a gente. Quando chegou ao Náutico, nós tivemos um desencontro. Ele deu um esporro em Fernandinho e eu chamei sua atenção, mostrando que não podia dar a bronca que havia dado no jogador. Passamos alguns dias indiferentes, mas Palmeira foi uma figura que eu estimei muito. Fui capitão do time com ele.”

SABEDORIA DE ELÁDIO

“Eu sempre achei Eládio de Barros Carvalho uma figura extraordinária. Eládio tem histórias no Náutico antológicas. Quando peguei o grupo, já no fim do campeonato de 54, havia 17 jogadores, sendo oito em curva de estafa, sem condições ideais. Mas eles tinham competência. Eu já jogava de ponta-direita, armando, e botei Jorginho pela ponta esquerda, armando. Técnico, capitão e dono do time, a gente jogava com dois na frente, Hamilton e Ivson, e todo o mundo embaixo pra não tomar gol, pois estaríamos liquidados. Eu jogava amarrado mesmo, com dois jogadores muito hábeis na frente. Quando chega o fim do ano, o campeonato já está pintando para o Náutico , e no dia 2 de janeiro, uma quarta-feira, a gente jogaria contra o Auto Esporte. Santa Cruz e Sport tinham o maior interesse que o Auto Esporte tomasse um ponto do Náutico. Aí houve um fato em que eu só descobri a sabedoria de Eládio. Era véspera de ano e todo o mundo queria ir para casa. Meu time tomava cerveja, que era uma beleza. Então, chega um grupo de diretores na concentração, pedindo para que eu liberasse os jogadores. Eu aleguei que estava com aquele pessoal preso fazia quarenta e tantos dias, só liberando a turma às segundas-feiras após os jogos para ir em casa. Mostrei-lhes que eu também estava sacrificado, pois trabalhava no banco. Disse-lhes que na véspera e no Dia de Ano, o pessoal iria encher a cara, e no dia 2 haveria jogo. Às cinco e meia da tarde chegou Eládio, o pajé. Foi aquela conversa e a certa altura eu notei que ele só estava faltando dar ordem. Concordei e pedi que por volta das dez e meia da noite fosse um diretor à casa de A, B e C para ver se ele estava em casa. Mostrei que a gente sequer podia empatar com o Auto Esporte. Agora, veja a sabedoria de Eládio. O réveillon do Náutico era aquela festa estrondosa, saindo todo o mundo em passeata. Às oito e meia das manhã, mais ou menos, cheguei ao clube e encontrei o gerente Osires e o subgerente Pedro Ramos. Foi quando eu soube que os jogadores haviam passado a noite na festa, na mesa de Eládio, tendo amanhecido o dia e saído às cinco da manhã, tudo puxando fogo pra pedir uma moça em casamento pra Zeca, Eládio na frente. Quando Seu Pedro me contou isso, achei que ele estava brincando, mas ele foi enumerando os jogadores que haviam participado da festa: Alcidésio, Zeca, Jaminho, Gilberto, Vicente e Caiçara. Fui pra casa chocado e quando deu dez e meia fui à casa de Eládio. Devo ter entrado com expressão de muita contrariedade. Fui chegando junto a Eládio e dizendo: ‘Mas Tenente, é coisa que se faça? Eu peço pra tomar conta dos jogadores, e eles passam a noite no clube, bebendo?’ Resposta de Eládio: ‘Só beberam escocês.’ Conversamos, eu um pouco irritado, fomos para a concentração. Quando foi na quarta-feira, o Auto Esporte meteu 1 x 0 no primeiro tempo. Ganhamos por 2 x 1, tirando sangue. Mais tarde, cheguei à conclusão de que Eládio havia agido certo, pois diretor algum ia cuidar de jogador, e mulher alguma ia segurar o marido e evitar que bebesse. Ele convidou o pessoal para sua mesa e evitou que a turma desperdiçasse energia.”

A CÉLEBRE VIRADA

“Foi em novembro de 51. Havíamos contratado Caiçara, do Íbis. Naquele jogo, Jaminho não podia jogar porque estava machucado. Então, Palmeira achou de botar meu compadre Lula de lateral esquerdo, Sidinho, de central, e Caiçara, de lateral direito. Até ai muito bem. Eu discordei de Palmeira porque Lula só trabalhava com a perna esquerda e tava na cara que Jorge de Castro, o ponta-direita do Sport, ia aproveitar aquela situação. A manchete dos jornais dava o Sport como favorito. O jogo era nos Aflitos, numa noite de quarta-feira. Com 10 minutos de jogo, Jorge de Castro corre pela direita, centra, e Dadá faz 1 x 0. Dois minutos depois, numa jogada igual, o goleiro Vicente saiu para interceptar e machucou-se. Nesse tempo não havia regra-três, e o substituto eventual era Gilberto, mas se eu tiro Giba do miolo ia complicar o meio. Então, pensei em botar Hélio Mota em cima de Jorge de Castro, pois ambos eram pequenininhos e eles se anulariam. Aí Alcidésio desce correndo e diz: ‘Deixa que eu vou.’ Botamos Lula no gol e viramos o primeiro tempo ganhando de 2 x 1, mesmo com dez. No intervalo, Eládio entrou no vestiário e disse que se saíssemos com o jogo empatado estaríamos registrando a maior vitória da história do Náutico. Eu disse que ia ganhar e ele respondeu que eu tinha mania de dizer besteira. Voltando a Lula, a primeira bola que chutaram, bateu na trave, bateu no chão, e ele pressentindo o risco de pênalti, subconscientemente, eu acho, rebateu de pé. Não entrou mais bola na nossa área. E o resultado final foi aquele 5 x 1. O Sport viraria o jogo no segundo tempo, fatalmente ganharia, mas a única coisa que aconteceu foi que o Sport centrou a bola, interceptamos, metemos Zeca, ele correu, ganhou de Bria, e aos 40 segundos do segundo tempo, 3 x 1. Daí para frente ficou mais fácil e aquilo foi um acidente. A diretoria do Náutico amanheceu o dia no Flutuante (restaurante situado sobre as águas do Capibaribe, nas imediações da Ponte Maurício de Nassau), comendo churrasco. A partir daquele jogo fizemos 54 partidas sem perder, tendo sido tricampeões, no ano do tri, invictos, com duas vitórias internacionais, sobre o Chacaritas Juniors (Argentina) e Sporting (Portugal).

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